O empoderamento negro como estatégia de empreendedorismo numa empresa de beleza e cosmético
“Uma mulher empoderada empodera outras mulheres”
(Foto: comercial/ Avon) |
Por Lucas Matheus Souza da Silva, Elisete Araújo Pedrosa de Sena, Francisca Janaina Araújo, Antonia Jocielma da Silva, Laís Lopes de Pliveira e Nayara Luzia do Nascimento Andrade*
A expressão “empoderamento negro” dentro do empreendedorismo na empresa Avon vem se tornando cada vez mais efetiva. Dentro dessa trajetória há cinco anos, a empresa busca uma jornada em prol da equidade racial. No dia da Consciência Negra, comemorado anualmente em 20 de novembro, a empresa conduziu um estudo global sobre os tons e subtons das peles brasileiras que culminou na criação de uma nova paleta de cores para pós, bases, corretivos, blushs e iluminadores, principalmente para peles negras. Nesse artigo de opinião, nosso objetivo é mostrar que a evolução da companhia, enquanto empresa, é fazer com que nós consumidores dos produtos, busque diariamente, contrariar essas maneiras de inferiorização, aprimorando o bem estar e nossa auto-estima, para afirmarmos que somos protagonistas de nossas próprias vidas.
Socializamos que o trabalho de um executivo e/ou executiva de vendas está em diariamente a percorrer a cidade e levar as pessoas a conhecerem a marca Avon, o qual se torna um dos maiores desafios, pois além de fazer conhecer a marca, essa ocupação convida as pessoas a fazerem parte do time de revendedores e revendedoras. A busca pelo empoderamento e independência financeira vem sendo diariamente representados por ser pessoas negras e negros, embora atuar num cargo como esse muitas vezes é visionado apenas pela ocupação de mulheres.
Trazendo para as questões de gênero, é comum vermos que a sociedade prioriza que a atuação de um homem empreendedor seja nivelada num cargo maior, ou que seja de maior autonomia, porém a atuação de um executivo e executiva que está há 20 anos no mercado vem sendo modificada, homens que buscam sua renda e independência financeira já estão ocupando esses espaços.
Segundo os dados do site Avon Comigo que apoia o manifesto antirracista, a empresa busca sempre o compromisso de inovar e preza pela diversidade e inclusão. Tanto que neste ano de 2020 “foi incluso a meta de contratação de 50% de pessoas negras, seguindo uma estratégia de ampliar a diversidade no nosso processo de atração, onde foi possível afirmar que em 2020, 100% das novas vagas de estágio foram preenchidas por não brancos, alinhado ao compromisso antirracista, e estabelece-se numa meta de 30% de mulheres negras na liderança da AVON até 2030”.
O empoderamento negro está além, da cor da pele. Neste ano, além de buscar uma melhor empregabilidade para o negro e negra, a Avon proporciona que o letramento e a sensibilização pela equidade racial de todos os colaboradores ainda em 2020 e, em 2021, passem por uma revisão de linguagem. O site Avon Comigo afirma que: “A partir deste ano, a empresa Avon não usará mais o termo “Black Friday”, será substituído pelo termo “Best Friday”.
Posicionamos que a companhia busca sempre uma das maneiras de não haver recorte da classe negra, mesmo que haja a perversidade e luta do capitalismo, a inovação da marca em buscar a deterioração do termo, já reafirma a importância da representatividade negra e da revisão ativa de qualquer estereótipo na comunicação de marca.
Concluímos que o empoderamento negro tem significado coletivo, pois trata-se de empoderar a si e aos outros, tema que foi usado em uma das campanhas participativas da Avon “beleza que faz sentido” onde “uma mulher empoderada, empodera outras mulheres”. Refletimos a partir desse contexto que apoiar mais o empreendedorismo negro, se torna indispensável, ajudando a reduzir a desigualdade de oportunidades na nossa sociedade. Por essa razão, uma empresa como Avon tão diversa, nos faz acreditar que suas referências são motivos para inspirar mudanças sistêmicas em outras empresas e parceiros.
(Foto: cedida) |
*Artigo de opinião por Lucas Matheus Souza da Silva, Elisete Araújo Pedrosa de Sena, Francisca Janaina Araújo, Antonia Jocielma da Silva, Laís Lopes de Pliveira e Nayara Luzia do Nascimento Andrade. Alunos/as do curso da graduação Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo (LEDOC) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró.
**Esta postagem faz parte de uma parceria do Blog Caol Ribeiro com o projeto Letramento Étnico-Racial.