Entidades pedem respeito à advogada Maitê Ferreira
Rede "Dê Bandeira" defende os direitos LGBTs e também assina a nota (Imagem: reprodução) |
Entidades representativas dos direitos das mulheres, de LGBTs e estudantis lançaram, na tarde desta quinta-feira (28), uma nota sobre a prisão da advogada Maitê Ferreira.
Na nota, as organizações repudiam o que chamam de "distorções e demonstrações de preconceito" veiculadas por portais de informação e mídia mossoroenses.
O texto ressalta que as publicações "reiteram o estigma que causam violência" e dá ao Brasil o título de país mais LGBTfóbico do mundo.
Leia na íntegra abaixo:
Diante da prisão da advogada Maitê Ferreira Nobre, 24 anos, na madrugada do dia 28/11, os coletivos abaixo assinados vem expressar sua indignação em função das arbitrariedades envolvidas no caso e repudiar as inúmeras distorções e demonstrações de preconceito veiculadas através dos portais de informação e mídia mossoroenses. Caracterizações que lhe ridicularizam e definem, não como uma mulher, mas apenas como "travesti” e “transexual”, são nítidas expressões da discriminação e do preconceito com pessoas já marginalizadas e isoladas dos espaços sociais e também, muitas das vezes, distanciadas da garantia efetiva de seus direitos básicos. Perante uma conjuntura política e social marcada pelo avanço do autoritarismo e conservadorismo, pressionamos pelo esclarecimento da situação, como também nos expressamos totalmente contrários a abordagem realizada, tendo em vista a procedência da advogada, enquanto graduada e mestranda da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). Em função disso, as informações proferidas atacam a integridade pessoal e profissional da própria Maitê, além de contribuir com a marginalização das pautas trabalhadas no âmbito do movimento antiproibicionista e LGBT, também se configurando como um ataque direto a autonomia e o próprio funcionamento da instituição federal em destaque. Pressionamos pela efetivação da justiça social, ao apego aos princípios da dignidade humana e da proteção à vida, visto que é em situações como essa que se reiteram os estigmas sociais que tanto causam violências e transformam o Brasil no país mais LGBTfóbico do mundo. Respeitem a nossa companheira, já!
Assinam esta nota:
Coletivo Tarja Verde
Rede DêBandeira
Coletiva Motim Feminista
Diretório Central dos Estudantes Anatália de Melo Alves (UERN)
União Estadual dos Estudantes (UEE)
Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA RN)
Chapa Eleitoral Caatinga Resiste
Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir
Diretório PSOL Mossoró