O crime organizado no Brasil também está ligado ao político, diz Procurador de Justiça do RJ em visita a Mossoró
Procurador visitou RN para reuniões do MP sobre integração de forças de segurança (Foto: reprodução TCM) |
O procurador fez um traçado sobre o crime organizado no Brasil e o sistema prisional no programa desta quinta-feira (28).
Para Marcelo Rocha Monteiro, a Lei de Execuções Penais é uma peça de ficcção no Brasil.
"O aumento da severidade traz uma redução no numero de crimes. Nos EUA, na mesma medida que sobe o numero de prisões, despenca o numero de crimes particados, numa politica que começou em NY nos anos 90", analisa.
"É uma vergonha que no Brasil não se oferece vaga nova e novas prisões não são construídas ha muitos anos. Nossas prisões têm excesso não pq se prende demais, mas porque existe vaga de menos. De cada 360 mil roubos registrados no RJ, foram presos seis mil assaltantes, menos de 2%. O problema é que existe um deficit de vagas no sistema prisional enorme".
Crime político
De acordo com o Procurador, a ideia de criminalidade não está relacionada à escolaridade ou à questão social.
"Na Rocinha, duvido que chege a 5% de moradores envolvidos com crime, são pessoas que vivem na pobreza e menos de 5% optaram pelo crime. Se você for ao Congresso Nacional, faça uma verificação objetiva. Eu duvido que o número de envolvidos em processos criminais seja menor que 5%, e a maioria ali teve acesso à boas escolas e boas condições financeiras. O crime é escolha do indivíduo", afirma.