Associação denuncia corte de R$ 62 mi no orçamento da segurança estadual em 2018

A Associação dos Delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte divulga carta à população. A entidade  lamenta o número de homicídios no estado e afirma que a pasta da Segurança no RN deverá ter uma redução de R$ 62 milhões de acordo com Lei Orçamentária Anual enviada pelo Governo à Assembleia Legislativa. 

Segundo a mensagem, o projeto de lei não contempla a contratação de novos policiais civis. "Os cortes no orçamento da Polícia Civil certamente implicarão  em maiores deficiências na investigação criminal e maiores prejuízos a sociedade", conclui a entidade. 

Veja a carta na íntegra:

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO

A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte - ADEPOL vem a público lamentar o registro de mais de 2.000 mortes violentas no Estado do Rio Grande do Norte, solidarizar-se com as famílias das vítimas e manifestar profunda indignação com a redução do orçamento destinado à Segurança Pública, e em especial ao da Polícia Civil, instituição imprescindível para investigar todos esses crimes e combater a impunidade.

Na contramão do clamor social, o Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa a Lei Orçamentária Anual de 2018 com cortes significativos na pasta da Segurança Pública. Serão 62 MILHÕES DE REAIS a menos para as Polícias Civil e Militar em comparação ao orçamento de 2017. 

Os cortes no orçamento da Polícia Civil certamente implicarão  em maiores deficiências na investigação criminal e maiores prejuízos a sociedade.

O orçamento de 2018 sequer considerou uma possível contratação de novos policiais civis, apesar de estarmos funcionando com a metade do efetivo que tínhamos há 14 anos, (hoje temos pouco mais de 1.000 policiais, quando deveríamos ter 5.150) e a situação ainda irá se agravar com a ocorrência das aposentadorias (a perspectiva é de 141 policiais solicitarem aposentadorias este ano).

Não bastasse a notória falta de estrutura, e a sobrecarga de trabalho como consequência imediata do baixo efetivo que beira a extinção, passamos pelo momento de maior desmotivação da história da instituição em nosso Estado, pois os policiais vêm amargando constantes e abusivos atrasos salariais, chegando ao extremo de suportar dois meses sem receber o justo pagamento pelo seu trabalho.

Vale relembrar que o atual Governo foi eleito sob a promessa de restabelecer a ordem e a paz aos potiguares e alçar a pasta da segurança pública como prioridade. Todavia o que temos comprovado é a completa ausência de investimentos nesta área, notadamente na investigação criminal, apesar dos crescentes e a aterradores índices de violência no Estado.

Sendo assim, CONCLAMAMOS toda a classe política,  bem como a população norte-rio-grandense a EXIGIR do Poder Executivo que REAJA ao avanço da criminalidade e REALIZE investimentos na Polícia Civil ao invés de reduzir ainda mais seu orçamento. Além  disso, HONRE os salários dos policiais que se encontram em atraso, RESPEITE seus direitos essenciais e CONTRATE novos policiais civis, fazendo constar, inclusive, essa contratação no orçamento de 2018. Por fim, OUÇA E ATENDA o maior apelo dos cidadãos potiguares, que é a PRIORIZAÇÃO de todo o sistema de Segurança Pública do Estado,  como medida de respeito às famílias das vítimas, hoje sem esperanças de ter dias melhores e sem perspectivas de que a justiça seja efetivada.

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