Câmara pode transferir pagamento dos salários de dezembro e 13° para janeiro
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Mossoró encontrou uma maneira de cobrir o rombo de R$ 1,5 milhão que o presidente da Casa, Jório Nogueira, afirma existir nas contas do legislativo mossoroense.
A Mesa vai mandar para votação o Ato 003/2016, que transfere o pagamento do subsídio dos vereadores e da remuneração dos cargos comissionados, inclusive o 13° salário, referente a dezembro para o mês de janeiro de 2017.
Foto: Edilberto Barros |
No documento, fica estipulada a responsabilidade solidária entre todos os parlamentares que assinarem o Ato, inclusive os que não participarem da Mesa Diretora, composta pelo Presidente Jório Nogueira, Genilson Alves (1° Secretário) e Heró Alves (2° Secretário).
Ao serem informados do Ato pela Reportagem do Jornal de Fato, alguns vereadores reagiram de forma negativa.
Vingt-un Rosado (PSDB) observou que a atual legislatura precisa terminar em 31 de dezembro de 2016 com tudo quitado. “Em janeiro começa em uma nova”, declarou. Vingt-un Rosado adiantou que vai defender outra alternativa. “Assessores e comissionados vão trabalhar em dezembro e merecem receber de acordo com o calendário esperado”, argumentou.
O vereador Lairinho Rosado (PSB) também declarou que não concorda e nem assina o Ato. “Porque não atrasa os efetivos? Os comissionados da Casa? Porque só vereador e assessor de gabinete?”, indagou.
O vereador Tassyo Mardony (PSDB) disse que acredita que o atual presidente não pode passar transferir dívida para a próxima legislatura. “Defendo o debate sobre a prestação de contas da casa. Somente com transparência vamos conseguir equilíbrio nas gestões”, salientou.
O vereador Genivan Vale (PDT) também adiantou que não assina o Ato, que classificou como “inaceitável”. “O Presidente passa quase dois anos contratando apoiadores e gastando com coisas supérfluas e agora quer castigar as pessoas com atraso salarial”, criticou.
A Assessoria de Comunicação da Câmara informou que o Ato ainda não é oficial e vai ser votado, podendo ser aprovado ou não.
A existência de um rombo nas contas da Câmara tem sido bastante questionada. Lairinho Rosado, por exemplo, atenta que a Casa aumentou as despesas e reduziu as despesas. “De 2014 pra cá aumentou significativamente os repasses do duodécimo. Além do mais, só em Verba de Gabinete que não foi paga, soma-se R$ 1,87 milhão”, tem dito o vereador.
O Ato é desta quinta-feira (24) e deve ser colocado em votação na próxima sessão ordinária da Câmara, na próxima terça-feira (29).
Nota do Blog - A possibilidade foi levantada aos vereadores durante a tensa reunião realizada na última terça-feira, quando os edis definiram algumas outras medidas para solucionar o imbróglio orçamentário que a presidência da casa alega (veja aqui). Esta foi mais uma sugestão para evitar a demissão dos assessores dos parlamentares.